Venda de empresas de TI

Vender com suces­so empre­sas de TI

Como é que uma empre­sa de venda de empre­sas de TI se torna bem sucedi­da? Os empresá­ri­os digitais colocam-se esta questão muito mais cedo do que as outras PME. O nosso especia­lis­ta Ingo Claus falou à iBusi­ness sobre o que torna uma venda de empre­sas de TI bem sucedida. 

Dada a atual situa­ção econó­mi­ca, vale a pena vender a sua própria empresa? 

As condi­ções econó­mi­cas gerais para a suces­são de empre­sas são extre­ma­men­te boas neste momen­to: as taxas de juro baixas criam um ambien­te de finan­cia­men­to favor­á­vel. Além disso, os baby boomers da Repúb­li­ca Federal da Aleman­ha estão lenta­men­te a pensar na sua própria refor­ma. Alguns deles fundaram empre­sas de grande suces­so ou adquir­i­ram-nas à geração dos seus pais.

Muitos destes empresá­ri­os enfren­tam o desafio de passar uma empre­sa famili­ar para a geração seguin­te. De acordo com um estudo do IFM (Insti­tut für Mittel­stands­for­schung), apenas cerca de 13% de todas as empre­sas familia­res conse­guem passar para a terce­i­ra geração. As razões são múlti­plas: os filhos estabe­le­cem mais frequen­te­men­te outras priori­d­a­des profi­s­sio­nais do que os pais ou não querem assum­ir as responsa­bil­ida­des de um empresá­rio. E, por vezes, os empresá­ri­os simples­men­te não têm filhos.

É mais prová­vel que o número de empre­sas suces­soras aumen­te do que diminua no futuro. Devido às boas condi­ções do atual quadro macroe­conó­mi­co, é ainda mais prová­vel que a Aleman­ha regis­te um Falta de empresá­ri­os confrontado.

Quais são as razões mais comuns para vender empre­sas de TI?

Estas razões para uma venda podem ser muito diferen­tes. Uma das princi­pais razões para a venda de empre­sas de TI é assegurar o cresci­men­to da empre­sa. Em especial, a venda a um invest­i­dor estra­té­gico cria siner­gi­as ou traz o know-how neces­sá­rio para criar uma vanta­gem compe­ti­ti­va adicional.

Escas­sez de compe­tên­ci­as impul­sio­na vendas de empre­sas no sector das TI

O alemão O sector das TI encon­tra-se atual­men­te numa fase de mudan­ça. A escas­sez de trabal­ha­dores quali­fi­ca­dos signi­fi­ca que muitas empre­sas só podem crescer muito lenta­men­te com a sua própria força. Esta situa­ção não é certa­men­te a melhor para o sector, que se carac­te­ri­za pela rapidez.

Parti­cu­lar­men­te nos segment­os de baixa margem de lucro da indús­tria da Inter­net e do desen­vol­vi­men­to de software, há já algum tempo que se nota um proces­so de conso­li­da­ção. Neste proces­so, empre­sas inter­es­san­tes mas pouco rentá­veis são adqui­ri­das por empre­sas maiores, tornan­do-se assim mais rentá­veis. O mesmo se aplica às empre­sas de siste­mas infor­má­ti­cos que vendem soluções holísti­cas de hardware e software. Integra­das numa estru­tu­ra maior, podem muitas vezes ser obtidas siner­gi­as significativas.

Uma segun­da razão importan­te para as aquisi­ções de empre­sas é certa­men­te o facto de as empre­sas de TI estra­te­gi­ca­men­te posicio­na­das estarem sempre prontas a adquir­ir concor­ren­tes inova­do­res. Isto alarga o seu próprio know-how e a sua base de clientes.

No futuro, assisti­re­mos também a uma ou outra suces­são de idades no sector das TI. Trata-se, muitas vezes, de empre­sas funda­das no final dos anos noven­ta, cujos proprie­tá­ri­os se voltam para novas perspec­ti­vas após a sua vida ativa.

Que opções e estra­té­gi­as existem para os proprie­tá­ri­os que estão a pensar em vender a sua empresa?

A carate­rí­sti­ca das PME é a ligação emocio­nal dos proprie­tá­ri­os da empre­sa à sua empre­sa. O nosso trabal­ho diário mostra que os senti­ment­os de cada um são muitas vezes o maior obstá­cu­lo para o ceden­te de uma empre­sa. O proprie­tá­rio da empre­sa deve, portan­to, pergun­t­ar-se primei­ro: estou realmen­te pronto para me separar da minha empre­sa? Tenho uma nova visão que estou realmen­te ansio­so por concre­ti­zar? Preciso de um “corte” claro com todas as conse­quên­ci­as, ou prefi­ro uma separa­ção lenta em etapas prede­fi­ni­das? Só depois de escla­re­cer estas questões importan­tes é que se pode desen­vol­ver uma estra­té­gia concreta.

Uma boa prepa­ra­ção favor­ece a venda de empre­sas de TI

A suces­são de uma empre­sa é tão comple­xa como uma funda­ção e, por isso, tem de ser prepa­ra­da e gerida como um proje­to estra­té­gico. Os empresá­ri­os não devem, em circuns­tân­cia alguma, ceder à ideia errada de que a venda de uma empre­sa pode ser gerida em parale­lo com a ativi­da­de quoti­dia­na. A venda de uma empre­sa deve ser planea­da com a mesma precis­ão que um grande inves­ti­men­to. Do ponto de vista do compra­dor, a compra de uma empre­sa é sempre um inves­ti­men­to que ele decide em conjun­to com os seus finan­cia­do­res com base em expec­ta­tiv­as futuras.

Pesso­al­men­te, surpreen­de-me sempre a pouca atenção que os vende­do­res prestam à prepa­ra­ção da venda de uma empre­sa. Isto é tanto mais surpreen­den­te quanto o rumo para o suces­so do proje­to já está defini­do nesta fase inicial. Uma boa prepa­ra­ção da venda pode ser compa­ra­da a um bom plano de negóci­os e já respon­de a muitas pergun­tas que um adqui­ren­te possa ter sobre a empre­sa e a sua posição no merca­do, bem como sobre os números.

Se a empre­sa é vendida na totali­da­de ou apenas parcial­men­te, se a transa­ção é estru­tu­ra­da como um negócio de activos ou de acções e se o proprie­tá­rio da empre­sa é manti­do no futuro, deve ser decidi­do em cada caso, depen­den­do do proje­to. Cada proje­to é diferen­te. Por conse­guin­te, é impos­sí­vel recomen­dar uma estra­té­gia geral.

Quais são as estra­té­gi­as de venda das empre­sas de TI?

Isto depen­de intei­ra­men­te da empre­sa. O know-how especí­fi­co de um forne­ce­dor de tecno­lo­gia é inter­es­san­te para muitos invest­i­do­res estra­té­gicos. Em contrapart­ida, a base de clientes ou o acesso ao merca­do desem­pen­ham frequen­te­men­te um papel importan­te para as lojas em linha ou as agênci­as digitais. Em última análi­se, a estra­té­gia certa para vender empre­sas de TI só pode ser desen­vol­vi­da no proje­to concreto.

Em muitos casos, os antigos proprie­tá­ri­os perma­necem na empre­sa após a venda. Quando é que isso faz sentido?

Muitas vezes, os proprie­tá­ri­os podem dar um contri­bu­to signi­fi­ca­tivo para o suces­so da empre­sa com as suas redes e conhe­ci­ment­os especí­fi­cos, mesmo após a venda. Por este motivo, uma transi­ção suave pode fazer todo o senti­do. Este é frequen­te­men­te o caso das jovens empre­sas orien­ta­das para o cresci­men­to que preten­dem lançar as bases para um desen­vol­vi­men­to positivo da empre­sa no futuro através de uma venda ou de uma parti­ci­pa­ção significativa.

A dupla lideran­ça tende a gerar problemas

No caso de uma suces­são puramen­te etária, uma longa opera­ção parale­la é bastan­te críti­ca. Os trabal­ha­dores querem uma pessoa de contac­to clara. Uma lideran­ça dupla compos­ta por “antigos” e “novos” conduz normal­men­te a proble­mas de comuni­ca­ção muito práti­cos entre a direção e o pesso­al ou a confli­tos no interi­or da empre­sa. Assim, a dupla lideran­ça pode ter um impac­to negativo signi­fi­ca­tivo no suces­so da empre­sa. Nestes casos, a dupla lideran­ça é recomendada duran­te um perío­do de transi­ção relativ­a­men­te curto, de alguns meses. Em última análi­se, a maioria das empre­sas pode ser compa­ra­da a um navio: A bordo tem de haver um capitão que assuma o coman­do e a responsa­bil­ida­de com decis­ões claras.

Duran­te quanto tempo deve um patrão conti­nu­ar a acomp­an­har a sua empre­sa como empre­ga­do após a venda? Quando é que é altura de sair definitivamente?

Isto depen­de intei­ra­men­te da transa­ção: Se as empre­sas estive­rem muito depen­den­tes da perso­nal­ida­de do proprie­tá­rio, faz senti­do que este perma­ne­ça na empre­sa a longo prazo. Isto pode ser feito, por exemplo, através de acordos de consult­oria ou da nomea­ção de um consel­ho consul­tivo. Na práti­ca, considera­mos os consel­hos consul­tivos, em parti­cu­lar, como instru­ment­os muito econó­mi­cos e efica­zes para o desen­vol­vi­men­to estra­té­gico de uma empresa.

Do meu ponto de vista, é difícil, especial­men­te em empre­sas de média dimensão, quando os antigos e os novos proprie­tá­ri­os têm responsa­bil­ida­des opera­cio­nais em parale­lo duran­te vários anos. Esta situa­ção conduz normal­men­te a confli­tos, que têm geral­men­te um impac­to negativo no desen­vol­vi­men­to da empresa.

Até que ponto é sensa­to consul­t­ar um consul­tor para a venda de empre­sas de TI? A partir de que dimensão de empre­sa é que isso é forte­men­te recomendado? 

Basica­men­te, há uma série de questões fiscais e jurídi­cas a escla­re­cer que reque­rem um aconsel­ha­men­to especial.

Além disso, há três vanta­gens princi­pais em contra­tar um consul­tor para vender uma empresa:

  • Manter o anoni­ma­to: Ao recor­rer a um consul­tor, o anoni­ma­to do vende­dor é preser­va­do. Na maior parte dos casos, a venda de uma empre­sa é um proje­to ultras­se­cre­to, pelo que deve ser imple­men­ta­do com especial cuidado e discri­ção. Caso contrá­rio, pode pertur­bar os trabal­ha­dores, os forne­ce­do­res e até os clientes. Muitas vezes, os concor­ren­tes aprovei­tam-se imedia­ta­men­te desta situa­ção. Ao fazê-lo, enfraque­cem a posição da empre­sa a longo prazo. Um consul­tor pode sondar secre­ta­men­te o merca­do para as partes inter­essa­das sem que a concor­rên­cia tome conhe­ci­men­to imedia­to dos planos. Isto torna um consul­tor inestimá­vel para uma empre­sa que está pronta para vender.
  • Poupan­ça de tempo e de custos: Um consul­tor pode apresen­tar a oferta de uma empre­sa a um grande número de poten­ciais inter­essa­dos num curto espaço de tempo. Este aumen­to despro­por­cio­na­do de contac­tos aumen­ta signi­fi­ca­tiv­a­men­te a proba­bil­ida­de de suces­so da venda de uma empre­sa. Reduz, assim, o tempo e os custos envol­vi­dos na procu­ra e identi­fi­ca­ção de poten­ciais interessados.
  • Contro­lo de proces­sos e facili­ta­ção de negocia­ções: Outras vanta­gens de ser acomp­an­ha­do por um consul­tor com experiên­cia práti­ca são o contro­lo sensa­to do proces­so e a discus­são orien­ta­da para os objec­tivos. Um bom consul­tor assume o papel de modera­dor e aborda as importan­tes neces­si­d­a­des emocio­nais do compra­dor e do vende­dor. Especial­men­te em empre­sas de média dimensão, o “trabal­ho de tradu­ção” entre as partes não deve ser subesti­ma­do: Sem experiên­cia em transac­ções, nenhum compra­dor deve assum­ir esta tarefa sozin­ho. Porque o risco de erros dispen­dio­sos e de atrasos aumen­ta significativamente.

A entre­vis­ta é a versão longa da entre­vis­ta de fundo realizada por Ingo Claus com o iBusi­ness. O especial: “Como tirar o máximo partido. Quando os empresá­ri­os da Inter­net querem vender” pode ser consul­ta­do em aqui (regis­to obrigatório).

Sugestões para uma leitu­ra mais aprofundada:

Webinar gratui­to sobre suces­são empresarial

Entre­vis­ta: Preparar bem a suces­são no seio da família

Comen­tá­rio: As suces­sões de empre­sas não resol­vi­das põem em perigo a nossa prosperidade

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Atual­men­te, vale a pena vender a própria empre­sa?

Em termos de econo­mia, as condi­ções gerais para a suces­são de uma empre­sa são extra­or­di­na­ria­men­te boas neste momen­to: as taxas de juro baixas criam um ambien­te de finan­cia­men­to favorável.

Quais são as razões mais comuns para vender empre­sas de TI?

Estas razões para uma venda podem ser muito diferen­tes. Uma das princi­pais razões para a venda de empre­sas de TI é assegurar o cresci­men­to da empre­sa. Em especial, a venda a um invest­i­dor estra­té­gico cria siner­gi­as ou traz o know-how neces­sá­rio para criar uma vanta­gem compe­ti­ti­va adicional.

O antigo patrão deve perma­necer na empre­sa após a venda?

Muitas vezes, o know-how e a rede de contac­tos do antigo patrão conti­nuam a benefi­ci­ar o suces­so da empre­sa após a venda. Este é frequen­te­men­te o caso, especial­men­te em empre­sas orien­ta­das para o cresci­men­to com neces­si­d­a­des de inves­ti­men­to. Se a empre­sa depen­de forte­men­te da perso­nal­ida­de do proprie­tá­rio, o empre­go a longo prazo também pode fazer senti­do. Neste caso, duas soluções favor­á­veis são parti­cu­lar­men­te recomendadas: A nomea­ção de um consel­ho consul­tivo ou através de contra­tos de consult­oria. No entan­to, o antigo patrão não deve estar demasia­do envol­vi­do na ativi­da­de opera­cio­nal. Isso pode levar a confli­tos paralisantes.