Corona - Parte 3

Corona, venda da empre­sa e agora? Parte 3

A altura ideal para a venda de uma empre­sa. Será que existe?

O momen­to ideal para vender ou comprar uma empre­sa não existia antes, duran­te e não existirá depois da crise. No mínimo, raramen­te se pode fazer depen­der apenas de facto­res exter­nos e de uma visão genera­lizada do merca­do. Por isso, aplica-se o velho ditado dos advoga­dos: “Depen­de”.

Assim, na minha opinião, há dois facto­res relevan­tes que tornam a sua empre­sa inter­es­san­te para um comprador:

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Venda da empre­sa (M&A) sem risco e sem perda de valor

1. o modelo de negócio de uma empresa 

Tem de funcio­nar de forma compro­va­da e, assim, criar confian­ça. Só você pode influen­ci­ar esta situa­ção, tornan­do o desen­vol­vi­men­to do modelo de negócio uma questão perma­nen­te para o chefe. Como é que se cria que benefí­cio para quem? À partida, esta pergun­ta parece trivi­al. Mas se for mais a fundo - por exemplo, com o Modelo Business Canvas de Alexan­der Oster­wal­der, aperce­be-se de pergun­tas às quais só respon­deu intui­tiv­a­men­te ou não respon­deu de todo.

Muitas pesso­as nem sequer sabem que a sua empre­sa tem um modelo de negócio. Simples­men­te sempre foi assim. Os nossos clientes sentem-no sempre quando somos entre­vista­dos para uma exposi­ção da empre­sa e trabal­ha­mos preci­sa­men­te estes elementos.

A avalia­ção de um modelo de negócio pode ser vista como uma alter­na­ti­va ou um comple­men­to à avalia­ção monetá­ria clássi­ca de uma empre­sa. Cria confian­ça, que na reali­da­de é a única moeda com que se pode marcar pontos junto de um invest­i­dor. Existem boas formas de pôr à prova um modelo de negócio deste tipo. Digital, simples e rápido.

Se ainda tiver défices signi­fi­ca­tivos, saberá o que ainda tem de melhorar antes de uma venda. Não tenha pressa. Com ou sem Corona!

Ao fazê-lo, não conse­guirá evitar a questão de COMO é que leva o valor acres­cen­ta­do dos seus produ­tos e servi­ços ao homem (mulher). E isto leva-nos ao tema da digita­li­za­ção. Embora toda a gente fale de digita­li­za­ção, ela está longe de estar integra­da no ADN de muitas peque­nas e microem­pre­sas. Acredi­tem, nós sabemos qual é o nível de digita­li­za­ção no sector das PME alemãs. Vivemos muito disso no dia a dia.

2. a adequa­ção ao investidor

Mas a minho­ca deve ser saboro­sa para o peixe de uma outra perspetiva.

A sua empre­sa deve adapt­ar-se à estra­té­gia de cresci­men­to do invest­i­dor sem ter de a forçar a adapt­ar-se. Seja porque refor­ça as empre­sas existen­tes, acres­cen­ta o que falta, expan­de regiões e/ou secto­res. Seja porque traz tecno­lo­gi­as, métodos ou proces­sos que se preten­de desenvolver.

Ou pode aconte­cer que a empre­sa careça de conhe­ci­ment­os, experiên­cia e compe­tên­ci­as sob a forma de trabal­ha­dores. A priori­da­de é sempre conse­guir integrar a empre­sa a comprar estra­te­gi­ca­men­te (e também cultur­al­men­te) de forma limpa e tão suave quanto possí­vel, sem criar mais problemas.

Por conse­guin­te, se o invest­i­dor não conse­guir identi­fi­car uma clara adequa­ção estra­té­gica, normal­men­te deixa de lado a aquisi­ção propos­ta. Não impor­ta quão bom seja o modelo de negócio ou quão barata seja a empresa.

No entan­to, não é possí­vel influen­ci­ar este aspeto. O ajuste corre­to com um compra­dor normal­men­te só se cristali­za duran­te a procu­ra do comprador.

E isso leva-nos a um ponto importan­te. Porque, na minha opinião, nos próxi­mos meses, talvez até 1-2 anos, haverá simples­men­te menos compra­do­res poten­ciais a respon­der a pedidos de venda e vice-versa. No entan­to, não precisa de 30, 50 ou 80 inter­essa­dos. O que precisa é de uma pessoa com o encai­xe perfeito.

É isso que importa!

Imagem: Fotolia.com

DICAS para uma leitu­ra mais aprofundada: 

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