A CSU quer salvar as empre­sas familia­res do impos­to sucessório

O Minis­tro das Finan­ças da Bavie­ra, Markus Söder, apresen­tou um concei­to de refor­ma do impos­to suces­sório numa entre­vis­ta ao Süddeut­sche Zeitung. Por um lado, aborda as críti­cas do Tribu­nal Consti­tu­cio­nal. Por outro lado, preten­de alivi­ar os encar­gos dos herdei­ros de empre­sas noutros aspec­tos. Os activos produ­tivos das empre­sas poderi­am, assim, ser legados com isenção total de impos­tos. Isto deveria aplicar-se também às empre­sas com um claro “carác­ter familiar”.

É possí­vel que a refor­ma do impos­to suces­sório tenha um desfecho diferen­te do que se pensa­va antes da decis­ão do juiz. Os pessi­mis­tas suspei­ta­vam do encer­ra­men­to de filei­ras e filei­ras de empre­sas familia­res e do despe­di­men­to de milha­res de trabal­ha­dores. Quando o Tribu­nal Consti­tu­cio­nal Federal anunciou a sua decis­ão sobre a refor­ma do impos­to suces­sório, tornou-se claro, com relati­va rapidez, que as coisas poderi­am não correr tão mal.

Se o concei­to do minis­tro das Finan­ças da Bavie­ra, Markus Söder, for aceite, este acórdão pode revelar-se vanta­jo­so para os empresá­ri­os familia­res. Numa entre­vis­ta ao Süddeut­sche Zeitung, o minis­tro da CSU apresen­tou um concei­to de refor­ma do impos­to suces­sório que respon­de às críti­cas do acórdão. Ao mesmo tempo, prevê uma série de opções de estru­tu­ra­ção que permi­tiri­am uma mudan­ça geracio­nal na empre­sa famili­ar sem ter de pagar impos­tos. Se este concei­to prevale­cer, os herdei­ros das empre­sas familia­res conti­nu­ar­ão a ter uma clara vanta­gem sobre os outros benefi­ci­á­ri­os da herança.

Novas liberdades para os suces­so­res de empresas

Com isto, Söder posicio­na-se como clara­men­te mais favor­á­vel aos empresá­ri­os familia­res do que muitos outros deciso­res, para quem a isenção do patrimó­nio empre­sa­ri­al já vai longe demais. Apesar de todas as críti­cas em porme­nor, os juízes de Karls­ru­he consideram “que a prote­ção das empre­sas familia­res e dos postos de trabal­ho é, em princí­pio, uma razão factu­al legíti­ma para isentar parcial ou total­men­te as empre­sas de impos­tos”. Söder também vê assim, numa entre­vis­ta ao Süddeut­sche Zeitung, na passa­da sexta-feira: “O objetivo princi­pal deve ser a preser­va­ção das empre­sas familia­res, a salva­guar­da dos postos de trabal­ho e a preser­va­ção das estru­tu­ras econó­mi­cas regionais”.

A ideia de Söder é alargar o objetivo da lei, através do seu alarga­men­to, de forma a incluir a “preser­va­ção das estru­tu­ras empre­sa­ri­ais de média dimensão e familia­res”, para além da salva­guar­da dos postos de trabal­ho. Para obter a isenção fiscal, o herdei­ro teria de manter a empre­sa duran­te cinco anos no âmbito atual. Até à data, esse perío­do tem sido de sete anos. De acordo com o plano Söder, os activos adminis­tra­tivos, como imóveis arrend­ados, títulos ou obras de arte, seriam total­men­te tribu­tá­veis - mas apenas o montan­te que resta após a dedução de todas as dívidas da empresa.

Trans­ferên­cia de grandes empre­sas “familia­res” com isenção de impostos

Segun­do a ideia de Söder, os herdei­ros de grandes empre­sas com milha­res ou mesmo dezenas de milha­res de trabal­ha­dores poderi­am também benefi­ci­ar de uma isenção fiscal total. A condi­ção prévia seria que essa empre­sa tives­se um claro “carác­ter famili­ar”, por exemplo, que ainda fosse gerida pelo proprietário.

Söder preten­de reestru­turar o incon­sti­tu­cio­nal trata­men­to prefe­ren­cial geral das microem­pre­sas com um máximo de 20 trabal­ha­dores: Até cinco trabal­ha­dores, a mudan­ça de geração deverá ser isenta de impos­tos. Para as empre­sas com seis a 20 trabal­ha­dores, o Minis­tro das Finan­ças da Bavie­ra planeia um regula­men­to gradual.

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